Aviso:
Spoilers!
Eu estou na fase Ghost in the Shell, então pretendo resenhar todo o material relacionado. Como já escrevi resenhas dos filmes, falta comentar a respeito da série.
A série, de nome Stand Alone Complex, tem duas temporadas e um filme, chamado Solid State Society.
A primeira temporada foi produzida entre 2002 e 2003 e foi escrita e dirigida por Kenji Kamiyama, com Shirow Masamune, criador do mangá original, tendo crédito de "production advisor", algo como assessor
? Seja lá o que for, tanto Shirow como Oshii dão espaço a Kamiyama, que deve ter impressionado os dois com seus trabalhos em Jin Roh e Blood: The Last Vampire. E ele não decepciona. É claro que a influência dos dois são sentidas e Kamiyama disse em uma entrevista:
"So I am extremely grateful to Shirow Masamune, the original author, to let a rookie like myself do the job."
Traduzindo:
"Então eu sou extremamente grato a Shirow Masamune. o autor original, em deixar um novato como eu fazer o trabalho."
Novato, mas com pulso firme.
A primeira temporada tem 26 episódios e eles podem ser divididos em dois grupos:
SA - para Stand Alone e
C - para Complex.
Os Complex são episódios que fazem parte do caso da temporada, o caso do Laughing Man e imprescindíveis para o entendimento da história, enquanto os SA são episódios independentes e contidos. Os SA são legais e ajudam a dar uma distraída do tema principal, mas a série realmente tem destaque nos episódios Complex.
O caso investigado pela seção 9 é do hacker conhecido como Laughing Man, e é o grande trunfo dessa primeira temporada. Não que os episódios Stand Alone sejam ruins, alguns fracos, outros na média, mas o caso Laughing Man mostra o potencial de uma história cyberpunk quando esta é levada adiante por uma equipe competente.
A história é concisa e empolgante, com influências de um caso real que aconteceu no Japão a alguns anos.
Mas vamos começar pelo primeiro episódio, apropriadamente nomeado de Section 9.
Esse primeiro episódio serve de introdução e se você nunca assistiu os filmes ou leu os mangás, não se preocupe. A série se passa em uma realidade alternativa, aonde os eventos dos filmes nunca aconteceram. As personalidades dos personagens são um pouco diferentes também, portanto, a série é uma ótima introdução ao mundo de GitS.
O episódio começa com os seguintes dizeres:
Portanto, indivíduos não foram ainda convertidos em dados até o ponto de poderem formar componentes de um complexo maior. Complicado, não
? Não muito.
O primeiro filme também tem semelhante introdução:
"The advance of computerisation, however, has not yet wiped out nations and ethnic groups."
A diferença ao meu ver, é exatamente o que no mundo do primeiro filme acontece: Motoko Kusanagi se une ao Puppet Master, dando origem a um ser inteiramente novo. Como se tentando se distanciar desse mundo e dar personalidade e um setting à série, no mundo de SAC esse processo ainda não acontece. Ponto para eles.
Bom, para resumir a história do primeiro episódio:
Traduzindo:
"Faz 17 minutos desde que robôs geisha fizeram o Ministro e os outros de reféns".
Isso mesmo, robôs geisha. Vou deixar isso no ar para quem não assistiu.
Fazendo jus ao nome do episódio, não demora muito para a Seção 9 ser chamada para resolver a situação:
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Motoko usando a camuflagem termóptica. Ou de Predador. |
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Com a situação de reféns resolvida, logo somos levados à investigação do caso. E essa talvez seja a melhor parte do episódio. Escândalos políticos, cyberbrains, troca de corpos, geishas do futuro, hackers do futuro, o que for; em menos de meia hora, somos levados ao mundo de SAC da melhor maneira possível. Apesar do roteiro ser bem amarrado, nem todas as questões levantadas são respondidas, mas não é esse o caso. O caso é que SAC possui visuais e temas bons o suficientes para se deixar ter o mérito de deixar algumas coisas no ar e partir para o próximo episódio.
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Future Geisha |
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Future Hacker |
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Future Visual |
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Future Fetish |
E é isso. Esse primeiro episódio possui ação e investigação suficientes para valer no mínimo uma nota 9 e abrir espaço para o próximo episódio.
Recomendado!
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Motoko Kusanagi |
Antes que eu me esqueça, a responsável pela trilha sonora da série é a Yoko Kanno. Preste atenção na música durante o ataque à casa das geishas, já vale o episódio!