Monday, March 7, 2011

Tron Legacy

Tron Legacy é a continuação de Tron de 1982 e foi lançado em Dezembro de 2010 e escrito por Adam Horowitz e Edward Kitsis (dupla que trabalhou no seriado "Lost") e dirigido por Joseph Kosinski.


Tron foi lançado em 1982, mesmo ano de Blade Runner, e assim como o cyberpunk de Ridley Scott, teve recepção morna e acabou decepcionando nas bilheterias. Mas assim como BR, Tron se tornou cult e desde o começo dos anos 90 rumores circulavam da produção de uma sequência.

Não foi até 2008 que tais rumores ganharam vida e na San Diego Comic Con o primeiro teaser foi exibido e a continuação recebeu sinal verde da Disney.

A história: Kevin Flynn, o herói vivido por Jeff Bridges, desaparece e deixa um filho, Sam. Em Tron Legacy, Sam recebe pistas do paradeiro de seu pai e resolve ir atrás do velho maluco. E assim como no original, Sam descobrirá um novo mundo, uma nova fronteira; como disse seu pai, "bio-digital jazz".


O grande destaque do filme com certeza são os efeitos especiais e eles não decepcionam. A partir do momento que Sam entra no Grid, os efeitos tomam conta e a nós, a audiência, só nos resta sentar e curtir o filme pelo o que ele, no final das contas, é: pipocão dos mais divertidos.

Assim como o original, Legacy possui um roteiro sem grandes surpresas e é fácil adivinhar o que vai acontecer ao longo do filme e como ele terminará, o que é uma pena, pois o filme tinha potencial para ter um escopo maior (e melhor). Não que os roteiristas não tenham colocado boas idéias no papel; mas essas boas idéias, que na verdade são muitas, são pouco desenvolvidas.
Por exemplo, e o maior de todos, são os seres virtuais chamados de ISOs. Flynn diz que o surgimento de tais seres pode mudar todo o conhecimento que a Humanidade tem a respeito de Filosofia, Medicina, entre outras, chegando a falar sobre eles como o "milagre". Mas o filme não se importa muito em explicar o porque ou como tais seres possuem tal "habilidade". Nesse ponto, o filme carece de ser mais audacioso e imprevisível, o que é uma pena, por que todo o potencial de Legacy não é aproveitado.

Dito tudo isso, TL é legal e divertido de assistir, se você o fazer com o cérebro desligado.

Alguns pontos que merecem ser comentados

Os efeitos sonoros são excelentes, e estranhamente o filme foi indicado apenas aos Oscar de Edição de Som. Com certeza TL foi injustiçado nessas áreas porque a qualidade dos efeitos sonoros e especiais é alta e merecia mais reconhecimento. Esses efeitos ajudam dar vida ao filme, nas Disc Wars, na batalha dos lightcycles e em tantos outros momentos, como nas vozes dos programas, por exemplo.

A trilha sonora é um show a parte. Criada pelo duo francês Daft Punk, as músicas combinam perfeitamente com a ação do filme, e é de deixar empolgado qualquer um. Mais uma vez, a Academia cometeu injustiça com o filme e a trilha não recebeu indicação ao Oscar. Uma pena. Destaque para a música Derezzed.

Flynn e Tron
A atuação dos atores varia de qualidade. Bruce Boxleitner interpreta novamente Alan Bradley, personagem do filme original, e o ator traz consigo experiência e dignidade, apesar de aparecer pouco. Bruce também empresta as suas feições para o personagem Tron em algumas poucas cenas de flashback e apesar do personagem ser um ponto integral da trama, Tron surge em todas as suas cenas de capacete e não vemos o ator rejuvenescido, como aconteceu com Jeff Bridges.


Bridges por sua vez volta a interpretar Kevin Flynn, o mago da tecnologia do filme original, e seu contraparte virtual, o vilão do filme, Clu. Como Clu possui a aparência de um Bridges jovem, não é difícil de imaginar para onde foi boa parte dos 170 milhões de dólares do orçamento.


Bridges em Legacy ocupa a posição de coadjuvante de luxo, e alguns momentos surge meio apagado, mas só a sua presença e carisma já valem o filme. A fala mais legal do filme é proferida pelo ator, a já mencionada "Bio-digital jazz, man", e é fácil pensar em outro personagem também interpretado por ele, o maluco beleza The Dude do filme O Grande Lebowski.


Como Bridges fica apenas de coadjuvante, o papel principal fica para o ator Garrett Hedlund, que interpreta Sam, filho de Kevin.


Na minha opinião, Garrett é o ponto fraco do filme e acredito que isso se dá em parte pelo roteiro e em parte pela direção. Sua atuação é muito previsível e o ator chega a ser irritante e pior, forçado, em alguns momentos. Hedlund é um bom ator mas o fraco roteiro não lhe dá muito material para se trabalhar: ele faz caras e bocas e faz o papel de fortão marombado de maneira previsível demais.
Fazendo parte do trio junto a Bridges e Hedlund temos Olivia Wilde como Quorra, que para mim é um dos destaques. Wilde realmente parece estar se divertindo e apesar de não ter uma personagem forte como por exemplo a Trinity de Matrix, sua razor girl acaba sendo um dos pontos-chave de Legacy.

Espelho, espelho meu...
Além dos personagens, Legacy faz algumas referências visuais e sonoras ao filme original, como a porta da Encom, os Recognizers, o Flynn's Arcade, os próprios light cycles, entre outros. A música da banda Journey durante a cena no arcade se encaixa como uma das referências musicais. Servem mais como easter eggs para fãs do original, portanto assista ao filme de 82 e tente achar todas elas.








E é isso, Tron Legacy, apesar de não acertar em cheio o alvo, é um bom filme pipoca e deve ser conferido como tal.







Jeff Bridges vs Jeff Bridges
  
Relacionados:

- The Grid;

- Tron Uprising - série animada que se passa entre o original e Legacy;

- Jogo Discs of Tron - original dos Arcades em flash.

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