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Wednesday, June 8, 2011

Idoru - O Futuro do Pop - Parte II

Estive pensando ultimamente no conceito Idoru, em parte por estar re-lendo ter terminado o livro Mona Lisa Overdrive, de William Gibson, que lida com ídolos e em parte pelo post que escrevi alguns meses atrás sobre Hatsune Miku ter sido um dos mais lidos aqui no blog.

Hatsune não é a primeira idoru real ou virtual a existir e não vai ser a última.
O seu grande diferencial é a inovação utilizada para torná-la realidade, principalmente através das tecnologias de projeção 3D. E é claro, a primeira a ser de fato real, diferente de Sharon Apple, por exemplo, do animé Macross Plus, que por enquanto só existe no mundo da ficção.

O que eu venho pensando é e aqueles que se tornaram celebridades através da internet, eles/elas não poderiam ser considerados idoru também?
Primeiro, vamos analisar o que significa idoru no país que tem o termo cravado em sua cultura, mais do que todos.
Segundo, poderia o termo ser usado em outros países sem perder o significado original, ou o conceito pode também ser aplicado a outras formas de celebridade?
Vamos lá.


Como expliquei no post original, Idoru vem do japonês アイドル, que significa ídolo.
Legal, essa é fácil, mas no Japão, o conceito é um pouco diferente do restante do mundo, algo que é facilmente óbvio apenas analisando a figura de Hatsune Miku:


Hatsune é jovem, atraente, bonitinha, faz o estilo lolita, cabelo colorido, roupas de colegial. Todos os ingredientes que fazem de um ídolo, bem, um idoru.
É lógico, ela não existe, mas isso não a impediu de se tornar famosa não apenas em seu país de origem, mas no mundo todo.



Agora, o termo poderia ser usado em qualquer outro país sem perder o significado original?
Imagino que não. Se pegarmos o conceito japonês e aplicarmos em algum outro país, o Brasil mesmo por exemplo, acredito que passaria despercebido pelo grande público, criando apenas um nicho muito pequeno de fãs e seguidores, e os idorus teriam apenas uma carreira passageira. Ou seja, as diferenças culturaus são fundamentais e têm um papel importante na criação/manutenção/continuidade na existência desse tipo de conceito.
Pensando em uma inclusão no fechadíssimo mercado norte-americano, consigo pensar facilmente na polêmica que alguém como Hatsune teria em solo americano, despertando a ira de pais conservadores tentando proteger os valores morais dos filho(a)s adolescentes de tal figura idealizada.
De novo, as culturas são tão distintas que uma inserção seria invariavelmente um fracasso.
Para fazer um contraponto, consigo pensar em um exemplo que fez sucesso no final da década de 90 que poderia se encaixar no conceito e que não foi importado do Japão. Estou falando é claro das Spice Girls. Originado da Inglaterra, o grupo fez sucesso estrondoso não apenas no Reino Unido, mas nos Estados Unidos, mercado considerado difícil de se adentrar, no Brasil e em vários países do mundo, inclusive o Japão.
Quando se olha para trás e analisa o grupo, a única diferença entre elas e qualquer outra idoru japonesa é que as Spice não são japonesas. O restante está tudo lá, a juventude, a beleza atraente, o estilo descolado e a atitude de cada uma das integrantes, tudo isso se refletindo na aparência, de cabelos coloridos até as roupas sexy, atraindo tanto uma audiência feminina como a masculina para o "Girl Power". Exatamente a fórmula encontrada nas idorus.

O conceito pode também ser aplicado a outras formas de celebridade?
Se pegarmos atrizes e atores, acredito que o termo não se aplica simplesmente pelo fato dos idorus serem do mercado musical, com alguns poucos se aventurando para outras mídias, como a tv e/ou cinema.
Agora se estivermos usando o termo para uma definição menos restrita, aí sim. Infelizmente, atualmente os exemplos que poderia citar prefiro não colocar aqui no blog. É só vermos os que estão fazendo sucesso atualmente, seja com bandas ou ainda os que fazem a transição música-televisão. Poderiam ser esses considerados idoru? Como já disse, acredito que sim e mesmo com grandes diferenças nos templates, o conceito continua o mesmo.


E aqueles que se tornaram celebridades através da internet, eles/elas não poderiam ser considerados idoru também?
Na minha opinião sim. É só ver o emergente surgimento de pessoas que se tornam personalidades, ganham milhares de seguidores e ganham cada vez mais espaço em mídias mainstream através da internet, seja por blogs ou pelo twitter ou youtube.



Enquanto as idoru japonesas chegam a níveis nacionais de sucesso, esses três exemplos ainda não chegaram a tal e acredito que o motivo aqui no Brasil pelo menos é a nossa cultura, ou a falta dela. Mas! isso parece estar mudando, até mesmo pelo fato da ainda grande mídia, a televisão, estar abrindo espaço para esses novos idorus.

É interessante notar que a figura de Hatsune Miku conseguiu ser notícia mundo afora muito por causa de algo parecido como "veja o que podemos fazer", ou seja, sua existência para muitos seria apenas um demonstrativo do avanço das tecnologias disponíveis atualmente. Tecnologia acessível a todos, diga-se de passagem.

Monday, January 24, 2011

Armitage III

Depois de praticamente assistir a uma maratona auto-imposta de Dominion, com resultados medianos e fraquíssimos, resolvi assistir outro animé que fazia tempo que eu queria ver.



Armitage III foi lançado em 1994, mesmo ano de Macross Plus, outro animé cyberpunk, e consiste em 4 episódios, o primeiro de 50 minutos de duração e os três restantes de 30 minutos cada.

Escrito por Chiaki J. Konaka, que alguns anos depois escreveria outra obra-prima, Serial Experiments Lain (em breve a ser resenhada), Armitage III é um animé que, assim como outros trabalhos dentro do cyberpunk, venceu o teste do tempo e consegue se manter atual ainda hoje.

A história se passa no planeta Marte, colonizado pelos humanos e a descoberta da criação de um modelo de andróides batizado de "Third Type" e o eminente conflito da raça humana para com os robôs.
Note aqui que eu falei "conflito da" e não "conflito entre", ou seja, um dos temas fundamentais de Armitage III é a intolerância e o preconceito que os humanos começam a sentir após a descoberta desses novos modelos, que imitam perfeitamente um ser humano, e os resultados dessa "desconfiança". 





A história é guiada por dois personagens principais, dois detetives da polícia, Ross Syllibus e a personagem título, Naomi Armitage, e a investigação que lideram em torno de um assassinato e vários atentados terroristas relacionados aos andróides.


Indeed
Com temas como intolerância e racismo, Armitage III me surpreendeu. Eu esperava um animé mais descompromissado, talvez pelo fato de ter acabado de assistir Dominion, mas o resultado final é realmente acima da média.


E é claro que o animé possui cenas de ação também, apenas para não ficar na parte investigativa, e cada episódio termina com uma deixa para o próximo, aumentando cada vez mais o suspense e o mistério por trás de todos os acontecimentos. Como outros OVAs, as cenas de ação não poupam a violência explícita e gráfica, então não se surpreenda com tiros à queima-roupa sendo exibidos sem o menor pudor aqui.


Além da história, que é desenvolvida em um bom ritmo e mais importante, de forma madura, os personagens são bem aproveitados e são muito bem desenvolvidos, com motivações plausíveis dentro do mundo criado por Chiaki J Konaka. Talvez o maior mérito de qualquer roteiro é fazer com que a audiência se simpatize com os personagens, e em Armitage III acontece exatamente isso.
A química entre os dois principais é excelente, um o oposto do outro que ao longo dos episódios se desenvolve de forma natural, com consequências interessantes e talvez com um resultado que eu nunca vi em nenhum outro trabalho que lide com o mesmo tema.


Armitage III veio como uma ótima surpresa e em alguns momentos me lembrou de uma das três jóias do cyberpunk, Blade Runner. Com temas similares, o animé não supera o filme de 1982, mas consegue chegar no mesmo nível. E isso é um grande feito.


Uma sequência, Armitage: Dual-Matrix, foi lançada em 2002 e pretendo resenhá-la em breve.

Tuesday, December 7, 2010

Macross Plus

Aviso: Spoilers ahead!

Antes de começar a falar de Macross Plus, vou contar como eu conheci esse anime.

Lá por volta dos meus 8, 9 anos existia uma revistinha chamada Herói, que vez ou outra, tinha matérias sobre vários desenhos e seriados japoneses. Eu a comprava para ler sobre os Cavaleiros do Zodíaco, que era febre aqui no Brasil na época. A revista vivia de CdZ mas não era só deles que ela falava.

Logo, comecei a ler todas as matérias e prestar atenção em outros desenhos também. O Macross foi um deles. Na época, a internet e a tv cabo não haviam chegado ainda - pelo menos para mim - e o único acesso a esses produtos era pela revistinha.

Acabei descobrindo, sem querer, um desenho chamado Guerra das Galáxias que passava esporadicamente em algum canal obscuro da tv aberta - devia ser na CNT ou Gazeta, algum desses. Provavelmente eu sabia, por intermédio da Herói, que o Guerra das Galáxias era o Macross original (ou ainda Robotech, na versão americanizada), porque eu lembro até hoje a primeira vez que assisti o Guerra e ter ficado bastante contente. Eu estava finalmente assistindo um desenho que havia lido a respeito na revista.

Pulando anos depois, eu ainda não assisti o Macross original, a série, apesar de ter assistido o filme - Macross: Do You Remember Love? - que compacta os acontecimentos dos 36 episódios em pouco menos de 2 horas.

Mas eu finalmente assisti o que eu mais queria, e tema dessa resenha - Macross Plus.

Viabilizado como um OVA - Original Video Animation, formato popular no Japão - de 4 episódios de cerca de 40 minutos cada, Macross Plus herda de seu antecessor os elementos que fizeram a franquia bastante popular em seu país de origem e nos EUA: personagens carismáticos, cenas de ação bem movimentadas protagonizadas por caças de guerra, músicas pop melosas o suficiente para parar uma guerra e, acima de tudo, um triângulo amoroso, esse último talvez o que tornou a série uma das mais famosas de todos os tempos.

MP foi dirigido por Shoji Kawamori (basicamente o criador da saga Macross) e por Shinichiro Watanabe (diretor de, entre outras séries, Cowboy Bebop) e escrito por Keiko Nobumoto - outro envolvido em Cowboy Bebop, responsável pelos roteiros da série.

MP se passa no ano 2040 no planeta Eden, até onde sei, alguns anos depois da primeira série. Portanto, se você não assistiu o original, não se preocupe, não é obrigatório assisti-lo para aproveitar totalmente esses 4 OVAs. Existem alguns easter eggs espalhados aqui e ali, e eu só consegui pegar um (na forma de música) mas não é nada que interfere na experiência.

O planeta Eden é uma colônia da humanidade e poucas informações são dadas a seu respeito, como sua localização e como os humanos foram parar lá. Acho que pouco importa, alguns elementos sendo reconhecíveis logo de cara, como "wind farms" para produção de energia e a Eden City, muito parecida com a nossa São Francisco, com direito a mar e uma ponte similar a Golden Gate.

Mas tudo isso são detalhes.

O que realmente importa são os personagens principais: o humano e cabeça quente Isamu e o meio humano, meio Zentradi chamado Guld. Os dois são pilotos militares de testes com um passado em comum, esse passado tomando forma na figura da personagem que é o elemento-chave da história e a ponta do triângulo amoroso, Myung.

Os três não se vêem a anos e logo se reúnem e a história começa nesse ponto.

O motivo real da separação dos três no passado é apenas contado em rápidos flashbacks, e talvez seja nesse ponto a obrigatoriedade em pelo menos ter conhecimento prévio da série Macross e da raça alienígena Zentradi. Eu tive que ir procurar na internet a respeito para entender melhor esse caso, mas nada que interfira no divertimento, mas ajuda em saber.

Ainda falando nos personagens, pelo menos para mim, demorou um pouco para me simpatizar e até me acostumar com os dois principais. O motivo não sei. Talvez porque não há motivos para realmente simpatizar ou até torcer: é questão de se acostumar mesmo, seja com a chatice de uns ou as choradeiras de outros. No final das contas, você acaba se deixando levar for the ride.

A razão de Macross Plus estar sendo resenhado aqui é que apesar dessa série ser basicamente de mecha e de ficção-científica militar, ela possui suficientes elementos cyberpunk para merecer figurar aqui.

Existem algumas alusões a outros filmes CP do passado, como Blade Runner, através de efeitos sonoros (preste atenção aos 7 minutos e 47 segundos do primeiro episódio) mas o principal elemento do filme e peça chave da história e que realmente faz dessa série merecedora de ser encaixada no gênero cyberpunk é a personagem Sharon Apple.

Sharon Apple, uma inteligência artificial que vira ídolo da música. Soa familiar? Talvez porque esse ano, Hatsune Miku gerou um forte burburinho mundo afora, apesar de já existir a alguns anos. Bem, esse conceito não é novo, e a personagem-holograma Sharon Apple prova isso. As semelhanças são incríveis, principalmente na maneira de como essas duas levam multidões para seus shows. O que difere as duas já cai para o quesito ficção e fator predominante no gênero CP: a revolta das máquinas, a rebelião da inteligênicia artificial para com o seus criadores. Enquanto a idoru Hatsune Miku não representa perigo, Sharon Apple, através de seu avatar humano (outro elemento que não vou contar aqui), se rebela e decide dar ao personagem principal o que ele têm procurado desde sempre. Inteligências Artificiais que se rebelam tem um monte por aí, agora uma I.A. que decide prover algo a alguém, como um sentimento ou emoção, foi um elemento novo para mim. É aqui que Macross Plus tem êxito. Não são nas cenas de ação, batalhas, perseguições de caças, que para falar a verdade são poucos (mas muito bem feitos); o verdadeiro triunfo é no drama humano. E porque não no drama artificial também?

Outro elemento que vale a pena em Macross Plus é a trilha sonora. A compositora e multi-instrumentista Yoko Kanno, que trabalharia com Watanabe novavemente em Cowboy Bebop é a responsável pela trilha de Macross Plus. Para quem conhece CB, reconhecerá de imediato o estilo inconfundível da genial compositora.

Uma música que me chamou bastante atenção é a Idol Talk, que aparece por poucos segundos em MP mas pode ser conferida aqui in all its sexy glory:





Algumas cenas




De Volta Para o Futuro says hi



Bem-vindo a 1994. Ou seria 2010?




Sharon Apple



Suspeite de todo computador que tiver apenas um olho vermelho:



Como esse


Man-machine interface



Sharon Apple In Concert





Sexy


SEXY


Quero uma jaqueta dessa:


The plot thickens


SDF Macross


Mais um show




MP humilhando Independence Day e 3001


Mindfuck