Friday, January 28, 2011

Front Mission DS

Lançado originalmente em 1995 para o Super Nintendo, Front Mission ganhou dois remakes: uma para o PlayStation em 2003 e um para o Nintendo DS em 2007.

Pessoalmente, nunca dei muita atenção para os jogos do gênero, os de táticas. Eu conhecia alguns bem por cima, meu conhecimento nunca saiu disso: joguei alguns Final Fantasy aqui e ali e o Disgaea para o PlayStation 2. Enquanto minha preferência pessoal é voltada para os mais tradicionais RPGs, os jogos de táticas, em que basicamente você tem que andar quadradinho por quadradinho, nunca me apeteceram. Ou em outras palavras, sempre me entediaram e a mecânica desses jogos nunca foi do meu bico.

E como eu fui parar jogando, e terminando, Front Mission e como ele se encaixa dentro do gênero cyberpunk?

Bom, como costumo jogar muito mais o Nintendo DS do que qualquer outro console, me vi as vias de procurar algum jogo "novo". Isso foi ano passado, e acabei as voltas de procurar esse Front Mission. O quê exatamente me atraiu no jogo eu não sei dizer realmente, porque a primeira vista ele não é um jogo propriamente cyberpunk, e segundo por ser na verdade um jogo de um gênero que eu sempre evitei.


Provavelmente o motivo de eu o ter escolhido foi exatamente do jogo ser de táticas. Pensei, "porque nao?". Então decidi dar uma chance ao jogo, e acima de tudo, ao gênero.


E com certeza não me arrependi.


Comecei a jogá-lo apenas sabendo que ele era um port, um remake do FM original do Super Nintendo.


Front Mission usa de todas as já conhecidas convenções de qualquer outro jogo de táticas: visão isômétrica, unidades controladas pelo jogador, mapas divididos pelos quadradinhos, customização e etc. Realmente, até onde sei, o jogo não se difere muito dos seus similares - o outline é o mesmo.


A diferença talvez seja as unidades de jogo. Em Front Mission, os personagens controlam os wanzer, termo originado do alemão "Wanderpanzer" que significa "tanque móvel". Ou seja, o jogador controla e decide as ações dos mechas ao seu dispor.

A customização em FM é divertida e achei bem acessível aos jogadores "newcomers", como eu. Não demorou muito para aprender como funciona essa mecânica e logo as minhas unidades já estavam do jeito que eu queria. É claro que levou algumas tentativas, mas não o suficiente para me fazer desistir.

Como em outros jogos de táticas, FM baseia-se em uma mecânica não muito difícil de acompanhar: assistir os eventos do jogo, ir para a missão, customizar os wanzers, repetir. Os eventos não variam muito além dessa linha e pode cansar um pouco. O interessante é que a cada cidade visitada com o progresso do jogo, as peças dos wanzer ficam mais poderosas e diga-se de passagem mais caros. Com o preço elevado, resta ao jogador entrar nas Arenas de cada cidade e vencer, através de apostas, os wanzers adversários. Esse é um elemento fundamental do jogo: visitar as Arenas para poder ter dinheiro para fazer o upgrade desejado, seja uma armadura mais resistente ou uma arma mais poderosa.

Eu terminei FM em cerca de 40 horas, mas a história do jogo, principalmente nos momentos finais, é empolgante o suficiente para se fazer esquecer do cansaço e da repetição para continuar até o fim do jogo.

Sendo um port de um jogo da era 16-bits, Front Mission DS possui os mesmos gráficos do jogo original, ou seja, visual de Super Nintendo. Como vivi essa época, isso não foi um problema, já que a história é o elemento chave aqui. Vale dizer que há algumas (poucas) cenas em CG aqui e ali, mas essas são tão aleatórias durante o jogo que realmente não havia necessidade de sua produção.

A história basicamente é o conflito entre duas alianças, a United States of the New Continent (U.S.N.) e a Oceania Cooperative Union (O.C.U.).
Sim, você pode escolher com qual facção jogar no começo e apenas jogando com as duas é que se tem total aproveitamento da história, como já era de se esperar. Alguns eventos apenas mencionados podem ter total explicação jogando com a outra facção, ou seja, são dois jogos praticamente diferentes: além dos personagens mudarem, as motivações são diferentes, os pontos de vista são outros. O inimigo que você enfrenta pode ser o seu personagem jogável em outra facção. Bem interessante.

O elemento cyberpunk de Front Mission foi o que me fez me empolgar mais ainda com o jogo. Apenas introduzido durante a metade do jogo, foi um twist interessante e que veio inesperado, e que fez valer essa análise.

Não é um elemento totalmente novo dentro do cyberpunk, mas como é um elemento integral dentro da história do jogo com certeza faz valer a inclusão de Front Mission do gênero.

Para não entregar nenhum spoiler, basta dizer que o tema interface homem-máquina é explorado e vale a pena jogar as duas campanhas para ter proveito total de Front Mission.

Menu de customização
 



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