Lançado em 2007, Vexille é uma animação em computação gráfica produzido no Japão pelo estúdio Oxibot e escrito e dirigido por Fumihiko Sori.
A premissa: em 2077, o Japão se isolou do mundo após o banimento de pesquisas e desenvolvimentos relacionados à robótica. Com informações de um informante e um acidente envolvendo uma figura do alto escalão da mega-corporação Daiwa Industries, a unidade SWORD do setor de tecnologia da Marinha Americana é chamada para investigar o isolamento do país e a Daiwa.
Sem a mão de um diretor do porte de Mamoru Oshii, Vexille é todo intenções. Com uma premissa potencialmente excelente, o roteiro deixa a desejar e o produto final fica aquém do esperado. Não que o filme seja ruim, longe disso. O problema é que o roteiro poucas vezes atinge o seu potencial verdadeiro, e o resultado é uma animação cujo resultado fica em um meio-termo entre os seus irmãos mais velhos, Ghost in the Shell e Appleseed.
Animação essa que mistura cenários 3D com personagens 2D e a técnica cel-shading, com bons resultados. Algumas cenas de ação empolgam, mas essas são poucas e a maioria falha em deixar uma boa impressão. Fica claro a influência nesse quesito dos dois filmes de Appleseed em Vexille, já que a equipe técnica é praticamente a mesma nas duas produções - a semelhança nesse caso é gritante. Até mesmo a trilha sonora é produzida pelo mesmo Paul Oakenfold, que dita o ritmo de video game e pouca vezes empolga.
Como disse acima o roteiro tem potencial mas poucas vezes consegue alcançá-lo. Vexille começa com um background interessante, o isolamento do Japão, e até chegarmos ao seu verdadeiro motivo (as melhores cenas, diga-se de passagem) o filme é um entremeado de personagens unidimensionais e com motivações pouco ou mal-desenvolvidos. As cenas de flashback entre eles são totalmente descartáveis e não adicionam muito ao filme, trazendo pouco peso a eles próprios.
Com mais buracos que um queijo suiço, o roteiro de Vexille se beneficiaria de umas boas polidas nas mãos de um Mamoru Oshii ou até mesmo de um Chiaki J. Konaki, criador de Armitage III e de Serial Experiments Lain.
Dito tudo isso, Vexille não é um filme ruim. Vale a pena assistir pelo menos uma vez e constatar um potencial desperdiçado que com certeza seria melhor aproveitado se em vez de longa-metragem seu potencial não teria sido devidamente explorado através de uma série de OVAs.
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