Showing posts with label Movie Reviews. Show all posts
Showing posts with label Movie Reviews. Show all posts

Sunday, December 26, 2010

Innocence: Ghost in the Shell

Aviso: Spoilers!

Bom, como já resenhei o primeiro GitS aqui, estava devendo a resenha do segundo filme da série, Innocence.
Lançado em 2004 e novamente escrito e dirigido por Mamoru Oshii, Innocence teve um orçamento de 20 milhões de dólares e foi co-produzido pelos estúdios I.G e Ghibli.
O primeiro Ghost foi bem recebido em vários aspectos técnicos, entre eles, sendo um dos primeiros animes a misturar com sucesso animação tradicional com animação computadorizada (quem possuir o dvd nacional pode assistir alguns making of a respeito das técnicas utilizadas). Quase dez anos depois, Innocence se utiliza novamente dessa mistura de técnicas, levando a animação em geral, tanto oriental como ocidental, para outro patamar.
Mas esses são apenas detalhes técnicos, que são facilmente perceptíveis logo na abertura do filme e saltam aos olhos. Assim como seu antecessor, o que importa em Innocence é a história e suas várias camadas.
Anos depois dos eventos do primeiro filme, Batou, junto com o seu novo parceiro, Togusa, membros da Seção 9, investigam uma série de assassinatos ligados à corporação LOCUS SOLUS, fabricante de modelos de andróides conhecidos por gynoids, que funcionam como "pleasure models". É importante notar o simbolismo dos manequins tanto em Innocence quanto no primeiro GitS (no qual há um pequeno intermission da Major em uma cena com tais peças).
Innocence até aqui soa como um filme policial. E, no fundo, realmente o é. Um policial com uma excelente história, que sempre tem aquele algo a mais que nos faz gostar do filme como um todo e o faz se distinguir de seus semelhantes, deixando a sua marca. E nesse caso, o algo a mais são os elementos cyberpunk.
Logo na abertura, e espelhando a do primeiro GitS, com direito à soberba trilha sonora composta por Kenji Kawai, vemos em magníficos detalhes o passo-a-passo da fabricação e ativação de um andróide, feita totalmente em animação CGI. Assim como no primeiro filme, essa sequência é precedida de uma pequena abertura, dessa vez com Batou e o primeiro indício da história, que dará o tom do filme.




















O que se segue no restante do filme é o esperado de mais um filme da série GitS: poucas mas excelentes cenas de ação e vários "intervalos" filosóficos, nos quais os personagens principais e secundários trocam citações relevantes ao tema ou não. Algumas vezes um simples diálogo pode se tornar uma discussão pesada no tom filosófico, o que pode pegar alguns desavisados de surpresa. Até mesmo os que esperam tais cenas de um filme dirigido por Mamoru Oshii podem ser pegos off guard. Comparado com o primeiro GitS, Innocence é muito mais pesado nesse sentido, podendo desistimular o espectador mais casual. E talvez esse seja o seu maior problema. Por volta de uma hora de filme, eu mesmo tive que tirar um intervalo por que realmente fica pesado e um pouco difícil de acompanhar. Innocence não é leve nas indagações de filosofia, muito mais que o primeiro e até mesmo Avalon.

Exemplos:





E falando nesse live-action, Innocence parece muito mais uma sequência de Avalon do que do primeiro GitS, tematicamente falando. Além dos tons de sépia e amarelo usados por Oshii tanto em Avalon quanto em Innocence, ambos os filmes exploram praticamente o mesmo tema, apesar de terem resultados diferentes: o conceito de realidade. Seguir o tema do primeiro filme seria fácil demais e Oshii deliberadamente escolheu seguir outro caminho. Duas cenas que se destacam é a cena na loja e a cena na mansão. A cena da loja é requintadamente feita, com todos os seus detalhes e pompa, mas a da mansão realmente é o destaque do filme. Com exímia demonstração de habilidades de hacking, os dois personagens principais são vítimas dessa experiência que os fazem questionar o momento (o que me lembrou a cena genial de déjà vu do primeiro Matrix).



 E são salvos desse labirinto por ela, como combinado antes:




O anjo da guarda da série e de Batou. Um filme da série não seria um sem a presença dela, talvez a melhor personagem cyberpunk de todos os tempos, contando tanto os filmes quanto a série Stand Alone Complex.

Após os eventos do primeiro filme, ela é dada como desaparecida e apenas Batou sabe, ou pensa que sabe, o que aconteceu com o seu paradeiro. Em Innocence, Batou ocupa o lugar de Motoko como protagonista da história, tentando se recompor e lidar com o desaparecimento da sua parceira. Togusa é atribuído como seu novo parceiro e também sente os efeitos da não-presença da Major, não sabendo como lidar com tal fato e como se equiparar à Major como parceiro de Batou.

Em paralelo, Togusa serve como alguém que o público pode se identificar (talvez o único do filme?) e Batou, mais do que nunca, é a persona de Mamoru Oshii na história, perdido no mundo depois do desaparecimento da sua personagem principal. É difícil superar tal perda, levando em conta o carisma e o peso que tal personagem tem, mas Oshii consegue com sucesso levar Innocence adiante, deixando a ausência da Major em segundo plano até mais que da metade da história, trazendo-a de volta para salvar o dia, ainda que por meios não-convencionais, que se sobressaem em uma história cyberpunk.

Reencontro:


Chegando à conclusão:





Para terminar, vale a pena assistir Innocence, quer você esteja procurando um bom policial, uma boa história, um bom cyberpunk ou apenas um longa-metragem com "gráficos bonitos". A cada filme, Oshii se supera e depois de 6 anos de seu lançamento, Innocence ainda surpreende. Mal posso esperar pelo próximo filme da série. Quem sabe explorando os efeitos do amálgama Motoko/Puppet Master no mundo? William Gibson, coincidentemente, escreveu em Count Zero (segundo livro da "Trilogia Sprawl" depois de Neuromancer) algo similiar, mas isso é assunto para depois.

Curiosidade final e que vale a pena conferir é o "Kenji Kawai's Concert 2007 Cinema Symphony", em duas partes com música do filme:






Tuesday, October 5, 2010

Appleseed

Appleseed foi lançado como OVA - Original Video Animation - em 1988, dirigido por Kazuyoshi Katayama para o Estúdio Bandai.

É a primeira de uma série de adaptações do mangá publicado em 1985 criado pelo pai do cyberpunk japonês, Masamune Shirow.

Número de episódios: 1.
Duração: 01 e 06 minutos.

Sim. Uma hora e seis minutos.

O primeiro Ghost in the Shell tem por volta de 01 hora e 20 minutos e é um filme muito mais completo e complexo do que Appleseed, apesar dos dois terem praticamente a mesma origem, começando pelo criador Masamune Shirow.

Talvez o fator decisivo no nível de qualidade da adaptação seja a pessoa a cargo da direção. Para Appleseed temos Kazuyoshi Katayama, que dirigiu outras séries nos anos seguintes e para Ghost in the Shell temos Mamoru Oshii, um dos mais respeitados cineastas do mundo, que já tinha ótimas referências antes mesmo do primeiro GitS.

Não que Appleseed seja ruim. Longe disso.Mas não há como não evitar comentar e comparar com outro filme que saiu no mesmo ano de 1988, Akira.

Enquanto Akira, mais de 20 anos depois de seu lançamento, ainda se mantém relevante, Appleseed é praticamente um produto dos anos 80, com a sua animação datada e trilha sonora brega e genérica.

Problemas de orçamento? Talvez. Mas a gigante Bandai esteve por trás dos dois produtos, portanto alguém foi favorecido nessa história.

Falando em história, Appleseed se passa após a Terceira Guerra Mundial na cidade de Olympus, uma utopia criada pelo General Management Control Office e habitada tanto por humanos, cyborgs e bioroids.




Sendo uma utopia, algumas pessoas se sentem presas e descontentes com a vida que levam, entre elas o policial Calon Mautholos, que se alia com o terrorista A.J Sebastian para destruir o super computador Gaia, que gerencia a cidade de Olympus.

Aí que entra Deunan Knute e Briaeros Hecatonchires, um humano que usa uma armadura - um exo-esqueleto - para se manter vivo. Os dois trabalham para a ESWAT, a polícia de Olympus.






Em pouco mais de uma hora de metragem, Appleseed desenvolve muito mal o enredo e a relação entre os personagens, principalmente entre Deunan e Briaeros. As cenas de ação não são poucas e muito menos ruins, mas a animação com cara de anos 80 deixa a desejar, esteticamente falando.

Outro elemento da história que poderia ter sido melhor desenvolvido são os bioroids.



Poucas são as menções a eles, o que poderia tornar a trama um pouco mais com substância e complexa.

Appleseed é um filme abaixo da média, prejudicado pela premissa pouco desenvolvida e personagens pouco carismáticos. 

Talvez nas sequências de 2004 e 2007, Appleseed e Appleseed Ex Machina, respectivamente, esses aspectos tenham sido melhorados. Logo colocarei a resenha de ambos.

Appleseed é recomendado para curiosos apenas.

Friday, October 1, 2010

Gunhed

Gunhed é um filme bizarro. Produzido em 1989 pela japonesa Toho, a produção do filme começou em um concurso promovido pela Toho para decidir a próxima história de um filme do Godzilla. No final das contas, o Gozilla foi removido e o roteiro foi reescrito para dar forma ao Gunhed.

O filme tem tanto atores japoneses quanto americanos e na versão que eu assisti, o áudio é da versão americana, ou seja, sofrível. Na versão original, os atores falam suas falas no seu idioma nativo, ou seja, inglês e japonês. Mais bizarro ainda.

A premissa do filme não é ruim: em 2038, um grupo de mercenários aterrissa em uma ilha para procurar o elemento Texmexium, um elemento precioso. A ilha é dominada pelo supercomputador Kyron-5 e toda sorte de peripécias se segue.

Abertura:


Decorrendo o filme, e na verdade logo aos 20 minutos de duração, Gunhed começa a não fazer sentido nenhum. Mesmo na abertura do filme, os antenados de plantão perceberão que alguma coisa não está certa quando vêem o nome do diretor do filme:



Para os que não sabem, Alan Smithee é o nome usado principalmente por diretores quando a produção de um flme é muito problemática, geralmente quando há muita interferência do estúdio e/ou investidores. Muitos desonram o filme e a direção é creditada ao tal Alan Smithee.

Sabendo disso, o maior problema do filme é a edição. O filme não possui ritmo, muitas cenas parecem ser aleatórias e desconexas entre si, não formando um fio narrativo coerente. Personagens pipocam de uma hora para outra, vide as duas crianças "Seven" e "Eleven". Muita coisa acontece e percebe-se que cenas estão faltando.

Apesar de todos os problemas, Gunhed possui méritos.

Os cenários são bem construídos e servem de bom pano de fundo para o filme:





Os efeitos visuais também não são de todo ruim, remetendo a um dos grandes filmes dos anos 80, Fuga de N.Y.:



E é isso. Vale a pena assistir Gunhed? Sim, a cena final tem uma boa batalha entre Kyro-5 e o titular Gunhed.

Vale a pena assistir Gunhed, nem que seja para dar algumas risadas.

O que mais me lembrou ao assistir Gunhed foi o clássico seriado tokusatsu CyberCop.

E talvez esse seja o maior elogio que posso dar ao filme.

Friday, August 20, 2010

Ghost in the Shell Review

Ghost in the Shell is one of the landmarks of the cyberpunk genre. Released in 1995 simultaneously in Japan, Britain and United States, it didnt fare well at first, only becoming a hit when it was released on video.

Right along Blade Runner (movie) and Neuromancer (book), GitS is one of the three crown jewels of the cyberpunk genre - it has all the elements a good CP story must have in order to, at least, be successful:

- a kickass hero, in this case, heroine;

- realistic near future;

- philosophy on what means to be human and the blurry line between human and machine.

On top of that, GitS offers truly outstanding animation, even 15 years after its release. Animation that pushes the boundaries and breaks free of its anime conventions, something that happened some years before with Akira and some years later with Innocence: Ghost in the Shell.

The movie follows Major Motoko Kusanagi and Section 9 operactives on the run for the hacker known only as Puppet Master.

What ensue is a plot, character driven movie with a few but breath taking action scenes in between and political intrigue to boost.

Also, it is philosofically heavy themed, e.g, what means to be human, what makes us human, self-aware Artifical Intelligence and many more questions. GitS is handful on questioning the human nature and man-machine interface but it does not provide answers. Even now, fifteen years later after its release, we do not have the answers for these questions. It is up to the viewer´s personnal interpretion.

Mamoru Oshii is known for a deliberate, slow moving pace and Ghost in the Shell is a prime example of his style.

Running at 01 hour and 25 minutes, GitS is intercut with scenes not relating directly to the plot, but with Kenji Kawai´s masterful score, it helps to put the audience in the mood and feel Motoko´s displacement and questioning.

At least two scenes have no dialogue and are only moved by Kawai´s music; another moves the plot along with no dialogue as well, showing only the characters action throughout.

Ghost in the Shell is a classic, an influencial masterpiece for many filmmakers across the globe, like the Wachowski Brothers and The Matrix, a influence it cannot be denied, whether is on anime or live action field.

A landmark that 15 years later still holds up.

Rating: 10 out of 10.

Major Motoko Kusanagi



Diving



Technology abound



Dolls - a major theme



The Puppet Master



Self-aware A.I



Another doll



The now



Amazon.com has the best GitS deal out there, check it out:

Friday, July 2, 2010

Avalon

After a 5 year hiatus, following 1995´s animated Ghost in the Shell feature, Mamoru Oshii released Avalon, a Japanese-Polish live action film.



Avalon tells the story of Ash, played by Polish actress Małgorzata Foremniak, and her forays into the world of a illegal virtual reality game called, yes, Avalon.

She is one the best players around and soon begins to hear stories of a secret level hidden inside Avalon called Special A.

What happens next is Ash´s quest for acessing the Special A level.

Avalon is Mamoru Oshii at his best. The story is told at a slow, contemplative pace and daily life routine, reminiscent of Ghost in the Shell; the cinematography shot in sepia tones, both in the VR and Real World, blurring the thin line between what is real and what is not; a musical interlude that may provide clues to the overral plot and much more.

Avalon takes its time to develop - expect deep level philosophy discussion between characters that may provide more clues to the plot.

There are many parallels to Ghost in the Shell that i will leave it for a more in depth comparison to another time.

Even tough that there are many similarities between Gits and Avalon that may turn off some people, the former is a solid cyberpunk movie that will surely make an impression, just like Mr Oshii´s other films.

A few screenshots that might come of attention:

Our heroin



Kicking virtual ass



Ash´s Avalon Statistics



Beautiful shot



Ghost in the Shell styled menu



Final boss

Friday, June 25, 2010

The beginning

Mission:

To provide and discuss cyberpunk resources and cyber related material: anime, comics, movies, music - art in general.
To provide and discuss news and events related.
A space for gathering cyberheads and technophiles alike.

I will begin with a review of 2005 Australian short film, The Mysterious Geographic Explorations of Jasper Morello.



Came across this animation gem by searching aviation movies and the title grabbed my attention.
While not particularly cyberpunk - i wouldn´t label it cyber at all - this 26 minutes short has more of a steampunk vibe.
It´s got all the ingredients that makes steampunk, well, steampunk: airships, steam-powered dirigibles, a Victorian-England styled setting in a industrial metropolis and more.
All this is enough to make you want to see "Jasper Morello", but the great standout is the animation style. Known as "Silhouette animation", in which the characters are seen through their black silhouettes, the movie was made using Adobe Photoshop, 3DS Max and Combustion. The technical side really is a show stealer.
And what about the story?
I watched only the first short, The First Voyage - Jasper Morello and the Lost Airship, and i can say is i look forward in watching the other three features:
The Second Voyage - Jasper Morello and the Return of Claude Belgon
The Third Voyage - Jasper Morello and the Ghosts of Alto Mea
The Fourth Voyage - Jasper Morello and the Ebenezer of Gothia, in a Feature Presentation.

I will spoil no more and leave to you guys to have your say on it.

Source:

www.jaspermorello.com

http://en.wikipedia.org/wiki/Jasper_Morello