O livro então segue a busca de Cayce, passando por Londres, Tókio, Rússia, através de apenas uma narrativa, e não várias entrelaçadas como em Count Zero e Mona Lisa Overdriv, e isso é um plus e não faz o leitor voltar páginas para relembrar algo que é mencionado muito depois.
E o que se segue é a maestria de Gibson em definir seus personagens e principalmente a ambientação, um dos elementos principais em Reconhecimento. Você praticamente se sente como se estivesse realmente em Londres ou Tókio.
Gibson com certeza evoluiu em sua prosa, e muitos dizem que a sua escrita é distrativa, mas é uma questão de se acostumar e acima de tudo, é uma maneira eficiente de colocar os leitores na ambientação da história e fazer sentir os humores e estado de espírito dos personagens.
Se você está procurando algo como Neuromancer ou outros das histórias cyberpunk de Gibson, esqueça.
Reconhecimento de Padrões se passa no mundo atual, a primeira vez que isso acontece em suas histórias, e no mundo moderno, familiar demais, é aonde Gibson brilha.
E mais uma vez o escritor prevê o futuro. Reconhecimento foi publicado em 2003 e em 2006 tivemos o fenômeno "lonelygirl15"; o jeito que os personagens no livro discutem e analisam à exaustão os vários pedaços de filme e como nós participamos em redes sociais ou em fóruns está tudo muito bem destilado.
Você pode até sentir o jetlag de CayceP. Eu senti.
Capas do livro ao redor do mundo
Como Gibson descreveu sua cool hunter em Reconhecimento, fica aqui uma foto aproximada da descrição:
Jane Birkin |
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